domingo, 2 de junho de 2013

Os Leões de Al-Rassan de Guy Gavriel Kay


Sinopse:

"Inspirado na História da Península Ibérica, Os Leões de Al-Rassan é uma épica e comovente história sobre amor, lealdades divididas e aquilo que acontece aos homens e mulheres quando crenças apaixonadas conspiram para refazer – ou destruir – o mundo. 


Lar de três culturas muito diferentes, Al-Rassan é uma terra de beleza sedutora e história violenta. A paz entre Jaditas, Asharitas e Kindates é precária e frágil, mas é precisamente a sombra que separa os povos que acaba por unir três personagens extraordinárias: o orgulhoso Ammar ibn Khairan – poeta, diplomata e soldado, o corajoso Rodrigo Belmonte – famoso líder militar, e a bela e sensual Jehane bet Ishak – física brilhante. Três figuras cuja vida se irá cruzar devido a uma série de eventos marcantes que levam Al-Rassan ao limiar da guerra."

Os Leões de Al-Rassan é um livro de ficção que tem por base uma determinada época da história da península ibérica, a ocupação islâmica e as reconquistas cristãs. São muitas as semelhanças, no entanto rapidamente se verifica que o mundo de Al-Rassan faz parte de um universo à parte. As duas luas que se erguem nos céus, uma branca outra azul são uma das notas elementares deste facto. 

A história passa-se em redor de três personagens que são a peça fundamental de todo o enredo, uma vez que eles representam as três frações religiosas deste mundo criado por Guy Gavriel Kay. (Este facto é mais uma das semelhanças à nossa história ibérica).

Ammar ibn Khairan , o homem que matou o último califa de Al-Rassan, poeta, diplomata e soldado representa o povo asharita que veneram Ashar o deus das estrelas e que ocupam a região de Al-Rassan, cuja capital é Cartada.

Rodrigo Belmonte , Capitão do exército, líder amado por todos os que combatem a seu lado, jadita, adorador do deus do Sol Jad, habitante de Esperaña, a norte da península, e que se encontra dividida em três reinos: Ruenda, Valledo e Jaloña.

Jehane bet Ishak , médica, filha de um dos mais prestigiados médicos de toda a península, Ishak bet Yonannon, pertencentes ao povo kindate, adoradores da duas luas, branca e azul, e que habitam por todo o território.

Para além destas personagens, existem outras igualmente interessantes e bem construídas. Alvar Pellino, um soldado jadita, vai crescendo imenso, enquanto personagem ao longo de toda a obra, surpreendendo-nos verdadeiramente.

A vontade de unificar esta península é um desejo de todos, aliado á vontade de expulsar/ matar os infiéis. Este é mesmo o objectivo para a guerra santa que os altos clérigos jaditas tentam levar a cabo.

Um rol imenso de intrigas, jogos de poder, seduções que formam uma teia que a todos apanha nos seus meandros políticos.

Três povos, três religiões diferentes que se interligam e que acabam por demonstrar que pode haver união e entendimento entre seres humanos com ideologias diferentes, prevalecendo o sentido de honra e justiça.

Relativamente á escrita, esta é simples, fluida e de certa forma cativante. Não sendo muito elaborada e por vezes surge alguma construção de frases que me levou a ficar na dúvida se era erro de tradução ou se seria da própria forma de escrever do autor. Sendo este o primeiro livro que leio deste autor, acabei por me inclinar para a primeira opção.

Em todo o caso, não sendo um livro excepcional, é interessante e recomendo.

13 comentários:

  1. Olá,

    Para mim este é um livro excelente, bem escrito e com grandes momentos, como referiste no comentário.

    Alem de ser um livro diferente do habitual (enredo), agrada-me por ser um livro que prova que não é necessário escrever uma saga ou trilogia para se escrever algo bom apenas num livro, teve o seu inicio e fim de encerrado.

    Como sabes para mim dos melhors livros que já li e fico contente por te ter agradado, embora com pena minha, não te ter enchido as medidas como aconteceu comigo.

    Bom comentário, como habitual e tenho a certeza que pelo menos nunca tinhas vivido um Carnaval tão interessante, mas isto deduzo eu :)

    E até nem foi muito caro :D

    Bjs e boas leituras :)

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    1. Sem dúvida que nunca passei, nem devo passar, um Carnaval assim, eh eh
      O preço foi fantástico e valeu muito a pena, apenas um problema as folhas soltam-se facilmente :(
      Não me encheu as medidas como dizes, mas não deixa de ser um bom livro que recomendo.
      Tem momentos bons e não cai em momentos mortos. A acção é constante o que nos leva a percorrer as paginas com vontade e apesar de ser um livro grande, acaba-se por ler num instante.
      Há livros fantásticos que não são sagas nem trilogias, amigo Fiacha. Mas eu sou suspeita, uma vez que gosto bastante de contos e tu de sagas, :D
      Bjs e boas leituras

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  2. Sim um bom livro é inegável e é como referes lê-se num instante logo só pode ser cativante e as personagens quer as principais quer as secundárias são excelentes a meu ver.

    Só tenho pena que continuem a publicar Cast, Harris, Briggs entre outros e escritores como este fiquem para trás, seja como for é a meu ver um grande livro :)

    É mesmo um problema meu, tendência para histórias longas lol, por exemplo baste ler Duna do Herbert, como livro único funciona muito bem :D...mas havendo mais tenho que ler :)....outro que deve ficar pelo caminho, ai ai :(

    Bjs

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    1. Quero ver se leio o Duna brevemente :)
      Pelo que tu e o Rui me disseram deve ser muito bom
      Qual é o que vai ficar pelo caminho?
      :)

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  3. Ai fazes muito bem em ler o Duna, para mim o melhor livro da coleção BANG :)

    A trilogia do Duna, é que já se publicou o 2º volume, Messias de Duna e ainda se aguarda o 3 volume, mas não estou a ver que esteja nos planos da SDE para breve :(

    Bjs

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    1. ok, há cá em casa os dois. Mas penso que mesmo com o primeiro a história fica completa :)

      Bjs

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  4. É verdade, mas depois de leres o primeiro, vais querer ler os seguintes, mas funciona bem como livro independente sim :)

    Bjs

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  5. Olá A Caminhante,

    vc e o Fiacha recomendam muito esse livro, q qté despertou minha curiosidade, vou ver se consigo em e-book para ler e comentar com vc´s, sua resenha me convenceu a ler este livro, parabéns, está muito boa, vc escreve muito bem!

    Abraços e boas leituras!

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    1. Olá Amanda
      Obrigado pela visita :) és sempre bem vinda
      Obrigado também pelas tuas palavras.
      Vale a pena ler o livro, a leitura é fácil e fluente e o enredo interessante. Não será um livro que me enche as expectativas, mas recomendo pois é muito agradável. Tem muito a ver com a península ibérica pois retrata tanto um pouco da sua história, como geograficamente se identifica um pouco. Mas claro que tudo de uma forma fantasiada.
      Bjs e boas leituras

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  6. Apenas gostaria de acrescentar q tb pretendo ler Duna, pq não lemos ao mesmo tempo e comentamos? :D

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    1. Irei ler o Duna, mas ainda não sei quando. De qualquer forma podemos combinar uma leitura entre as duas ou para quem mais se quiser juntar :)

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  7. Olá caminhante
    Em primeiro digo-te que o meu livro também trazia folhas a soltarem-se, gastei um tubo de cola para o colar. Só de pensar em devolve-lo para Portugal outra vez, deus me livre. E funcionou. Está na estante.
    Bem é incrível como todos temos gostos diferentes. Tu gostaste do livro mas não te impressionou. Eu adorei! Foi dos livros que li que mais gostei. O enredo, as personagens, certos acontecimentos, etc. Foi uma leitura que como eu costumo dizer que me fez envolver no enredo como se fizesse parte dele. Embora no inicio andasse perdida com os nomes. Eram confusos, e dei por mim a espreitar as paginas iniciais para perceber quem era quem. Quanto a escrita não desgostei. Comparada com Tapeçarias de Fionavar (que desisti, estava a ser uma tortura) Os Leões de Al-Rassan nem parece ser no mesmo escritor. Estou ansiosa por ler o Tigana. Tenho mais alguns livros do Kay e parte deles nem foram editados ainda em Portugal mas são em inglês (um dia dominarei a lingua).
    Beijinhos

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    1. Olá
      O livro é bom, mas de facto eu não adorei :) Talvez estivesse com as expectativas muito altas à conta do nosso amigo Corvo.
      As Tapeçarias de Fionavar não conheço, mas penso ser mais juvenil, não?
      Penso que um dia irei ler a Tigana, mas tenho tanta coisa para colocar à frente :)
      o inglês para ti vai ser fácil, estando aí, mas algum tempo e dominarás por completo a língua:P, quem me dera a mim, está tão enferrujado o meu inglês e há tanta coisa boa para ler nessa lingua, tenho que apostar mais.
      é de facto engraçado ver como as pessoas tem gostos diferentes e acabam por apreciar diferentemente os mesmos livros.
      beijinhos

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